TEATRO PARA DANÇAR

domingo, 23 de julho de 2017

"Se eu Fosse Iracema" - Crítica de José Facury ao Solo Teatral, de Adassa Martins

SE EU FOSSE IRACEMA 
Ontem, dia 22 de Julho, no Teatro Quintal, em Cabo Frio, Adassa Maritins apresentou seu solo teatral "Se eu Fosse Iracema". Arrebatou o público. José Facury escreveu esta crítica.


"Se eu Fosse Iracena" - Direção: Fernando Nicolau.

Pegar um discurso em defesa de uma etnia e colocar em cena, mesmo pautado em testemunhos reais, pode ser uma tarefa interessante como exercício intelectual para extração de possíveis conflitos. Agora, ao ponto de aguçar o interesse do espectador, geralmente o faz permanecer no nível da leitura panfletária, principalmente se a narrativa for entregue a um interprete branco. Tudo isso poderia trair uma empreitada, mas não é o que se vê no espetáculo Se Eu Fosse Iracema, em cartaz no Teatro Quintal, interpretada pela meticulosa e carismática atriz Adassa Martins que, juntamente com a minuciosa e criativa direção de Fernando Nicolau constrói e desconstrói momentos de rara beleza. Ali, o excesso narrativo é diluído em partituras que se complementam com máscaras e vocalizações muito bem elaboradas entre o butoh, o coloquial e o distanciamento brechtiniano que nos é servido ao redor de um tronco cenográfico serrado, plantado no palco onde emanam as dores das perdas silvestres, juntamente com a dos silvícolas que ali fazem suas oferendas e purgações a cada dia. Se eu fosse Iracema, é um solo magistral amarrado na historia dos sentimentos poéticos de uma velha índia contadora que desenvolve transições em outras personagens que fazem o contra ponto ás vezes criveis e em outras de provocadora ironia, para extrair daí o conflito, que foca muito mais na narrativa por ela mesma, do que nos possíveis e imaginários coadjuvantes, como é comum nos solos físicos. Enfim, experiencias que somente o teatro pode expressar quando desenvolve os relatos viscerais das nossas perdas históricas colocando essa obra em uma instigante encenação na plêiade dessa técnica. E mais que justa a indicação da nossa atriz ao Prêmio Shell.


José Facury Helluy

domingo, 9 de julho de 2017

Fest Solos questiona o machismo histórico no teatro, e promove um debate só com mulheres.

Algumas pessoas questionaram a decisão da produção do Fest Solos em promover um debate apenas com mulheres, falando sobre a vida artística das mulheres do teatro, na Região dos Lagos: "Vocês são loucos, as feministas vão acabar com o evento"! Comentário como este nos fez aumentar a paixão e radicalizar. Somos todos feministas... Desejamos que elas falem de teatro, e toda fala será bem vinda! Uma roda que junta Silvana Lima, Meri Damasceno, Jane Lacerda, Nayara Gomes, Rafaela Solano, Manuela de Lelis, Tania Arrabal e Deborah Diniz é simplesmente uma explosão do que há de melhor, não apenas nas artes locais, mas também, pelo que todos estamos passando. Cabo Frio e seu teatro, trazendo para a discussão, a voz do amanhecer. A mulher conduzindo a frenética força do teatro local.
O Feminismo é algo que está intrínseco ao Fest Solos. Claro que nossa bandeira é o teatro, mas não podemos deixar de marcar que mulheres como Nathally Amariá e Ana Luiza Barbosa, estão à frente deste evento, cada vez, mais imprescindível para a cena teatral de Cabo Frio. Também é bom lembrar que a mulher é a grande força que move o Fest Solos. Este ano, em número maior, no palco e como em todos os anos anteriores, a força voluntária que estimula o evento é, também, em sua maioria, feminina.. Não tem jeito, agora é hora de aprender, compreender e reinventar o caminho que devolva ao mundo sua real natureza. O mundo é MULHER!

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Varal do Beijo - A Invasão da cor, luz e traços, no mundo do teatro!

Marcelo Tosta, Lorena Benevenuto e Rapha Ferreira. Um grande encontro entre o olhar do artista visual para a realidade carnal do TEATRO!

Rapha, Marcelo e Lorena - A invasão do olhar, de quem vê o mundo
pela luz, cor e traços!
Desde 2014, quando iniciou sua atividade no Cine Mosquito, o Varal do Beijo vem mostrando, de forma inusitada, o trabalho de artistas visuais da cidade de Cabo Frio e região dos lagos. São criações incríveis, exposta de forma a buscar olhares e fomentar o diálogo entre as artes. Uma sacada incrível da jovem atriz e produtora, Nathally Amariá, que cursa faculdade de Artes Visuais.
Foram muitos os artistas visuais amadores e profissionais, que expusera no Varal do Beijo, além de um acervo incrível, adquirido de artistas de diversos lugares do Brasil, a dinâmica deste varal é, o sentido de mostrar e trocar informações sobre a vida artística de desenhistas, pintores e fotógrafos, e suas formas de produzir para dialogar com o olhar do público em geral.
O varal do Beijo, estará acontecendo no FesTSolos IV, do dia 07 ao dia 09, no USINA 4. Mas promete continuar em outros eventos, além de sua presença assídua no Cine Mosquito!

Com curadoria de Nathally Amariá - Artistas da Região, cada vez mais, estão marcando presença nos eventos de cinema e
teatro. É a arte, conquistando novos espaços e artistas se revelando para o mundo - Foto: Jidduks
Quando curadoria e artistas se encontram, o resultado é um olhar refinado, inquieto e profundamente artístico.
Nathally e Lorena - Foto: Jidduks
Viver e manusear obras de arte, é a vocação do Varal do Beijo - Foto: Jidduks

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Nadir Pires, apresentará duas tardes do Fest Solos.

Depois de surpreender como apresentadora do Cine Mosquito 67, não teve jeito, tivemos de convidá-la, também, para o Fest Solos. Seu talento, já é conhecido de todos. Mas talento e beleza não explica tudo sobre esta jovem e dedicada atriz da Região dos Lagos. Nadir Pires, é assídua e focada, o que faz dela uma profissional, com DRT e tudo. 
Nas mostras diurnas dos dias 08 e 09 de Julho, sábado e domingo, ela estará com a gente, dessa vez, apresentando o evento, mais uma vez, abrilhantando a tarde dos cabofrienses que curtem ir ao teatro e que gostam de estar no Fest Solos. Ficamos todos felizes quando ela aceitou o convite e isso irá contribuir para o crescimento deste evento que veio para ficar. Já é quarta edição do Fest Solos e a cidade toda está feliz por viver mais este momento de energias criativas para o teatro e as artes locais.

Leia esta breve entrevista concedida a Jiddu Saldanha, no início do ano, para o blog Cine Clipe Musical, reproduzido aqui. 

Nadir Pires com os amigos de sua geração, no como apresentadora
do Cine Mosquito 67.
Jidduks  – Fale um pouco da tua vida artística, como começou e quais as suas aspirações.
Nadir Pires - Desde que me entendo por gente tenho o sonho de ser atriz. Nunca tive acesso à nenhum tipo de cultura quando era criança, na minha cidade não tinha teatro, meus pais nunca me incentivaram a leitura, não tínhamos dinheiro e nem costume de ir ao cinema. Nas escolas em que frequentei não tinham nenhum projeto ligado a arte. Meu único contato com esse mundo era através da televisão que foi a semente que plantou esse grande sonho no meu coração. E tentando resumir porque já escrevi demais, depois de muito lutar; aparece um anjo na minha vida, que não só apoiou o meu sonho, mas me impulsionou a realizá-lo, pagando minha primeira aula de teatro que fez com que já no primeiro dia confirmasse que jamais seria feliz fazendo outra coisa na vida. Foi no ano de 2014, desde de então nunca mais parei.
JKS- O que é arte pra você?
N. P. - A arte pra mim é uma forma de expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de várias formas, como música, escultura, pintura, cinema, dança, poesia ou qualquer outra forma de pôr para fora o que existe dentro de cada um de nós.
No ensaio fotográfico com a Mala da Fama - 2017

JKS – O que mais te emociona e faz feliz?
N.P. - A bondade nas pessoas me emociona, qualquer gesto de bondade, por menor que seja, faz tanta diferença, infelizmente é algo tão raro que quando eu me deparo com certas atitudes, dou muito valor. A natureza em toda sua magnitude me faz feliz, entrar no mar, contemplar o céu mesmo quando está cinzento me faz feliz!

JKS  – Quais seus livros, músicas e filmes preferidos?
N.P. - O meu livro preferido não poderia deixar de ser aquele que mudou a minha vida. O livro "O Segredo" me fez olhar para o mundo de outra maneira, eu realmente descobri o segredo para ter uma vida mais leve com energias positivas e consequentemente me sentir mais feliz.
Quanto à música não tenho como dizer. Sou livre de preconceitos quanto a isso. Escuto de tudo, se me faz sentir algo bom, faz sentido.      

Duas OFICINAS do FesTSolos que serão sempre lembradas. Rodrigo Sena e Marcelo Tosta!

Foi emocionante compartilhar os momentos tão bonitos da arte do ensinar e aprender, com dois artistas bem relevantes, da Região dos Lagos. Marcelo Tosta e Rodrigo Sena, mostraram porque são considerados tão importantes para nossa região. O Fazer teatral, mais do que, ensinar e aprender, é um exercício de troca onde flui o melhor de cada aprendiz e onde o mestre, também aprende. 

Oficina com Rodrigo Sena - "Em Busca de uma Consciência Corpórea"
Foto: Jidduks

Oficina com Rodrigo Sena - "Em Busca de uma Consciência Corpórea"
Foto: Jidduks

Oficina com Rodrigo Sena - "Em Busca de uma Consciência Corpórea"
Foto: Jidduks

Oficina de Marcelo Tosta - "Meu Solo para o Solo do Mundo"
Foto: Jidduks

Oficina de Marcelo Tosta - "Meu Solo para o Solo do Mundo"
Foto: Jidduks

Oficina de Marcelo Tosta - "Meu Solo para o Solo do Mundo"
Foto: Jidduks