TEATRO PARA DANÇAR

terça-feira, 26 de abril de 2016

Fotógrafos que fotografam TEATRO em Cabo Frio.

Quando cheguei em Cabo Frio, em 2004, me impressionou a quantidade de fotógrafos que iam ao teatro, registrar a atividade teatral local.  São registros inabaláveis, de momentos que não se vive mais, a não ser, no recôndito do coração. Por isso, resolvi fazer esta publicação em homenagem a alguns fotógrafos que pude conhecer e trabalhar junto, de alguma forma!


Ravi Arrabal, clicado por "Dona Mariana Fotografia", durante
preparativos da peça "A Ilíada" do grupo Creche na Coxia.

MARCELAS RIMES - Quem quiser viver e ver momentos inesquecíveis do teatro de Cabo Frio, basta fazer uma visita na sede do Creche na Coxia e ver as belíssimas fotos tiradas por Marcelas Rimmes, a fotógrafa que criou, por volta de 2005 ou 2006, se não me engano, o Loft Fotográfico. Ela já registrava a atividade artística da cidade mas decidiu seguir carreira e hoje, dobra sua atividade como atriz do grupo Creche na Coxia e dedicação total ao seu ofício de fotógrafa. De lá pra cá, as fotos de Marcelas circularam pela rede social, construindo uma narrativa inesquecível do teatro local, embora este, não fosse seu foco principal como fotógrafa. Nos anos que se seguiram, Marcelas dedicou e dedica grande parte de seu olhar, a registrar momentos e sonhos de pessoas que querem viver seus momentos eternizados num clique fotográfico que valoriza a autoestima.

ALEXANDRA ARAKAWA - Quando cheguei em Cabo Frio, em 2004, a primeira fotógrafa com quem travei contato foi com ela, que todos chamam carinhosamente de Sandrinha. Seu trabalho foi de uma multiplicidade incrível, trabalhando no audiovisual, nas artes plásticas e no teatro. Seu trabalho nas artes cênicas tinham uma forte pegada conceitual. Sandrinha era daquelas pessoas que, quando cismava com um ator, registrava-o de diversas formas. Sua seleção de imagens do ator e diretor Marcelo Tosta é inesquecível. Focada na vida teatral da cidade, Sandrinha fez registros incríveis de grupos de teatro da cidade. Além de trabalhar na curadoria do FESQ, um dos mais importantes eventos de teatro do Brasil, ela também cuidava de fazer registros precisos de todas as ações possíveis durante este evento.

ANDRÉ AMARAL - André Amaral teve ótima atuação até por volta de 2012, fazendo registros esporádicos da cena teatral local, mas um de seus momentos marcantes foi fotografar o projeto 4x4, evento organizado por Fabio de Freitas e Bruno Peixoto, que marcou época na cidade. Posteriormente, Andre foi, também, o fotógrafo preferido do extinto grupo "Bicho de Porco". Vez ou outra, fazia seus registros de alguns trabalhos lúdicos da associação TRIBAL, como filiado. Seu trabalho, o entanto, se dividia entre fotografar teatro e cinema, além de belas fotografias experimentais com o tema natureza e ecologia. Sem dúvida, o olhar de André Amaral, deixou saudade. Por onde andará este grande artista dos cliques?


Irreverente, e muito focado, Marcos Homem trabalha por sua arte como
ninguém. Oferece oficinas de qualidade e tem discípulos espalhados pelo
Brasil a fora!
MARIANA RICCI - Conheci o trabalho de Mariana Ricci no festival de cinema de Cabo Frio, onde pude perceber seu trabalho sensível, com uma precisão lúdica e limpa. Sua imagem é, até hoje, uma dança poética. No teatro, Mariana somou ao movimento por volta de 2006, onde passou a registrar diversos acontecimentos no teatro da cidade. De todos, Mariana foi a fotógrafa que mais deu continuidade à sua narrativa. Durante a ultima década, pude vê-la fotografando videoclipes, pessoas, ensaios diversos e uma constante atuação no FESQ, festival de teatro mais antigo da cidade, além de contribuir muito com cliques para o grupo Creche na Coxia e, também, o Fest Solos, festival de teatro mais recente, surgido em 2014.
Mariana Ricci, olhar dedicado e presente no Teatro.

MARCOS HOMEM - Fotografo irreverente, brincalhão, amigo além de ser um excelente profissional. Marcos Homem costuma dar seu ar da graça, fotografando eventos no teatro e sua contribuição para o movimento local, aconteceu algumas vezes em espetáculos que estive envolvido, mas também, nas primeiras edições do FESQ. Ele também foi o criador do belíssimo e irreverente evento Pinga Foto, iniciado nas antigas instalações da casa dos 500 anos. Marcos, além de ótimo professor, com muitos discípulos espalhados pelo Brasil, e também um fomentador da atividade do fotógrafo enquanto profissão. Seu trabalho com a Mala da Fama é pioneiro, dentro do projeto, e sua linguagem como um esteta da fotografia, mostra que, além de seu domínio artístico, ele se comunica de forma direta com seu público e sua arte.

PAULO MAINHARD E MANU CASTILHO - O Casal de fotógrafos, tive a honra de conhecê-los desenvolvendo trabalhos de audiovisual na cidade, colhendo depoimentos de artistas locais que, posteriormente se tornariam videos documenteis. Com uma prática profissional intensa, não foram poucas as vezes em pude vê-los atuando no FESQ e também no Festival de Cinema de Cabo Frio. Colegas de trabalho que depois formaram família, casando-se e migrando para o Rio de Janeiro onde, hoje, estão mergulhados em projetos ligados a fotografia e montagem para cinema e audiovisual. Mais do que artistas dos cliques, Paulinho e Manu, eram incentivadores e fomentadores da atividade visual na cidade. Era eles que, junto com a fotógrafa Alexandra Arakawa (Sandrinha), faziam um belíssimo evento de fotografia, estimulando os fotógrafos locais a soltarem sua fúria criativa para o desfrute da cidade.


FLAVIO PETCHINICHI - Multi artista, o inquieto Flavio, deixou sua marca, fazendo registros memoráveis do trabalho da TRIBAL, com destaque para as rodas culturais e os eventos organizados pela associação. Flavio fez ótimos registros das ações no teatro e foi  também um incentivador da atividade artística em espaços alternativos da cidade, enfrentando uma época de fortes polarização política, mas nunca se deixou abater. Seus cliques eram focados tanto na estrutura cênica dos trabalhos em si, mas também, na atividade do artista em si. Seus ensaios nômades realizados com aristas de peso da cidade como, Letícia Marques e Tatiana Prota, são inesquecíveis. Um olhar profundamente tribaleiro e de grande impacto. Flavio partiu para outras terras, junto com seu grande amor, ou amores, mas deixou uma energia positiva e um exemplo perfeito de guerreiro focado na luta o tempo todo.


Sofisticada e profissionalíssima, Marcelas Rimes, também se dedica à
atividade de atriz junto ao grupo Creche na Coxia.
THIAGO ANDRADE (TCHÚ) - Basta você encontrar o "Tchú" e perceber que seu silêncio e seu sorriso tranquilo, revela a figura de um fotógrafo atento com seu olhar sutil. Somando ao trabalho da empresa "Dona Mariana Fotografia", Thiago começou seu trabalho por volta de 2010, se não me engano e passou a fazer registros da cena teatral de Cabo Frio com total dedicação. Muito do que se realizou na cidade, nos ultimos 5 anos, sempre tem um toque do nosso querido e dedicado "Tchú". Em 2015, ele fotografou o Fest Solos, junto com sua esposa, Mariana Ricci, e contribuiu para a riqueza do evento. Recentemente, Thiago voltou seu olhar para nova geração de artistas da cidade e acompanhou o grupo "Imaginário" praticamente durante seu nascimento, abrindo para um grande momento do teatro local.

RICARDO AMORIM - Ainda que excelente fotógrafo, Rick, como é carinhosamente chamado pelos amigos na cidade de Cabo Frio, é um artista com grande esmero e dedicação e, durante sua presença na cidade, ele foi uma das pontas de lança do audiovisual alternativo na cidade. Com uma sólida formação e um treinamento quase obsessivo, Ricardo chegou ás raias da perfeição com suas narrativas visuais durante quase todas as edições do Fesq. Seu trabalho com montagem e fotografia de audivisual, fez dele um dos nomes mais requisitados da região, graças, principalmente a seu olhar e a qualidade técnica de seu trabalho. Ele deixou um forte rastro de seu profissionalismo por aqui e, até hoje, os eventos de teatro da cidade, seguem seu exemplo.

MANUELA ELLON - Manu, como é conhecida no meio artístico local, é ao lado de Marcos Homem, talvez, a mais excêntrica dos profissionais da fotografia local. O trabalho de Manuela Ellon, tem grande impacto, pela sua forma narrativa. Ela faz questão de editar as fotos, aplicando elementos e conceitos visuais da Pop Arte, conferindo ao objeto fotografado, um certo tom extravagante e  poético. Seu trabalho, atualmente, está focado em narrar, visualmente as atividades do TCC - Teatro Cabofriense de Comédia; mas pode-se dizer que em fotografia ela já fez um pouco de tudo na cidade. Já fotografou o FESQ, o FesTSolos, peças e eventos de dança, além de ser uma das referências, atualmente, em fotografar eventos teatrais pelas ruas e praças de Cabo Frio.


Excêntrica e Sofisticada, Manuela Ellon é conhecida por sua narrativa focada
na tropicalização da Pop Art.
ALEXIS MALABI - Foram inúmeros os momentos em que pude encontrar Malabi, nas dependências do teatro, fazendo fotografias para o FESQ e outros eventos na casa de espetáculos da cidade. Inesquecível é seu jeito solidário de trabalhar, lembro que ele fazia questão de conversar detalhadamente com o dono do evento e fazia uma ponte segura entre os fotógrafos locais, para a distribuição dos mesmos, pelo evento em questão. Sua narrativa, seu clique, sempre certeiro, poético e suave. Uma vez, ele levou seus alunos de fotografia para uma inesquecível narrativa visual do FESQ, acho que por volta de 2012. Com resultados incríveis e belos. Saudades deste grande artista e amigos.

LARA ROTHIER - Talvez a mascote das fotógrafas e fotógrafos da Cidade, Lara fez alguns registros espontâneos durante algumas edições do FESQ e registrou, também, as primeiras ações do OFICENA - Curso Livre de Teatro, onde, praticamente foi fotógrafa exclusiva da primeira fase do curso, em 2013. Registrou com grande sensibilidade os espetáculos "Auto da Compadecida", "O Inspetor Geral" e o "Cenas do OFICENA" por dois anos consecutivos (2013/2014). Mas foi durante o Fest Solos que ela soltou seus cliques e amadureceu seu olhar para o Teatro, cobrindo o evento durante as duas primeiras edições. Lara, deixou uma marca de seu olhar e até hoje é lembrada por pessoas que experimentaram seu clique.


Manu Castilho e Paulo Mainhard, juntos, uma produção de arte, filhos e
muita poesia visual...
FELIPE HENRIQUES - Amalgamado na vida artística da cidade, Felipe Henriques está mergulhado em diversas atividades da cidade. Seu trabalho no primeiro Fest Solos, mas sobre tudo, sua narrativa em parceria com Fabio de Freitas, em eventos como o Clube do Poeta. Atualmente, ainda que trabalhe com a imagem parada, Felipe tem buscado um olhar dinâmico, a partir da fotografia documental de alguns parceiros de arte da cidade, principalmente, ligados à musica e o teatro.

ANA LUIZA BARBOSA - Ana Luiza e Yuri Vasconcellos, criaram, recentemente a "AYAMO" um selo para trabalhar sua parceira visual focada, principalmente, na fotografia. Com uma linguagem peculiar e pessoal, Anna tem feito registros importantes nos últimos dois anos. Acompanhando o Fest Solos desde o nacimento, hoje, ela é responsável pela direção fotográfica do evento. Atualmente, é uma das fotógrafas que mais tem se dedicado ao teatro das novas gerações. Registros de eventos importantes como apresentações de rua e junção de novos grupos de teatro, fazem dela, uma vertente nova na paisagem dos fotógrafos locais.


De passagem...

Generoso, Lucas Rocha gosta de ajudar sempre.  Um talento da nova geração
de quem ainda vamos ouvir falar muito.
Cabo Frio deve muito a seus fotógrafos. Estes artistas do olhar, fazem sua narrativa da cidade a partir da arte mas também ajudam a construir uma imagem positiva da cidade, expondo, não apenas suas belezas naturais, sua arte, mas também suas mazelas, sua história e seus mistérios. 
Hoje, fico pensando, existe uma nova geração de fotógrafos, sendo preparados na cidade? O fato é que, o teatro já não os atrai tanto, já que, com tanta tecnologia nova, o próprio público utiliza dispositivo que fazem registros, também interessantes, embora instantâneo e sem uma construção narrativa de longo prazo.
Dentro disso, gostaria de citar alguns nomes, de pessoas, que vez ou outra, percebo sua presença no teatro: Anna Paula Azevedo, que já esta se afirmando com seus cliques continuados. Daniel Arm, embora seja conhecido como ator, palhaço e músico, também empresta seus cliques em alguns eventos na cidade. Cleiton Fernandes, que faz alguns registros espontâneo em ações do OFICENA - Curso Livre de Teatro de Cabo Frio. Lucas Rocha, este, um nerd, conhecido na cidade pela sua generosidade e capacidade de interação com as novas tecnologias; lucas é autor de algumas proezas como, editar filmes e dar aulas de fotografias focadas no evento em si, reúne um time de jovens aspirantes ao exercício do Olhar e, dale cliques! Havia também uma jovem muito dedicada que circulava pelos bastidores da vida teatral da nova geração, seu nome, Nayara Alves, por onde andará?
Recentemente, dois nomes estão somando no trabalho visual com fotografia na cidade: Fernanda Rigon, cineasta, conhecida por seus trabalhos de qualidades incríveis e Mario Buzacchi, também cineasta e que, por vezes, também faz sua narrativa fotográfica, embora, seu foco principal seja o audiovisual. Emfim, esperamos que novos fotógrafos surjam e contribuam para a narrativa séria, da vida teatral da cidade, que, ainda com uma representatividade econômica precária, mas com uma robustez e organização cada vez mais forte.


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